OS CONCEITOS E A REALIDADE

CONCEITOS PRECISOS PERMITEM MELHOR INTERPRETAÇÃO E AÇÃO COMUM

TRABALHAR JUNTOS

Arquivo do blog

terça-feira, 4 de março de 2008

MODELOS SINDICAIS

MODELOS SINDICAIS

Os modelos ou tipos históricos do sindicalismo constituem uma classificação aproximada dos aspectos mais característicos de correntes históricas que organizaram o movimento sindical, ficando claro a inexistência de modelo puro e sim de situações históricas concretas. Os aspectos que são valorizados de maneira diferente em cada um destes modelos sco: aceitação ou não do sistema capitalista; relação do sindicato com a política; relação do sindicato com os partidos; relação do sindicato com o Estado; luta econômica versus luta política; capacidade ou não de gerar um projeto político próprio, etc. Modelo é uma palavra de origem latina (modulus) que significa “molde”. Em um intento de classificação a partir dos elementos expostos teríamos os mais clássicos:
a- Sindicalismo Reformista: É o sindicalismo que emerge dentro dos debates das doutrinas socialistas na Inglaterra, que não incorpora projeto de mudança social (trade unionismo) na sua ação sindical predomina a negociação. Também tomam características reformistas o sindicalismo orientado pelos partidos social-democratas europeus e pela AFL-CIO dos Estados Unidos.
b- Sindicalismo Revolucionário: Este sindicalismo deixou marcas profundas no movimento sindical mundial e tem suas raízes na França no fim do século passado.Observe-se que este modelo representou umaestratégia social alternativa partindo do modelo de organização sindical. Enquadra-se neste modelo o anarco-sindicalismo e seus princípios básicos, que são: 1)A classe trabalhadora tem que libertar-se pelas suas próprias forças da exploração capitalista; 2) A união sindical é um instrumento, tanto para a consecução dos objetivos imediatos de uma melhor condição de trabalho, como para atransformação radical das estruturas sociais; 3)É necessário evitar a ação política e as táticas parlamentares por serem contrárias aos objetivos da classe trabalhadora; 4)Os meios para alcançar os objetivos são: boicote, sabotagem, manifestações de massa e greves; 5)A greve geral é a arma revolucionária extrema; 6)A organização sindical é o modelo para a organização da produção e de outras funções estatais na sociedade pós-revolucionária.
c- Sindicalismo-Leninista: Este modelo, propondo-se como alternativa, derrotou ideologicamente o “modelo revolucionário”. Para Lênin o Partido político é quem conduz a luta política, os sindicatos desenvolvem a luta econômica. Em "Que Fazer" estão registradas as idéias básicas do sindicalismo leninista: os sindicatos não alcançam mais que uma consciência trade-unienista, (imediatista), a consciência política vem de fora, dos dirigentes revolucionários. Os sindicatos constituem a correia de transmissão da direção e planificação central do Partido, por isto, não são aceitas, as Comissões de Fábrica como órgco de controle operário. Por muito tempo o conceito sindicalismo na linguagem do marxismo soviético tinha conotação despectiva (ver: projeto do X Congresso PCUS: sobre a desviação sindicalista e anarquista no nosso partido), o "modelo leninista" foi e é ainda seguido com grande amplitude nas relações entre Partidos e Sindicato por vários partidos modernos e não só dos comunistas.Sindicalismo Corporativo: As corporações de ofícios tem longa história cujas raízes estão em Roma, nas associações de trabalho livre. Modernamente inspirando-se nestes modelos históricos desenvolveram-se estruturas corporativas na Itália de Mussolini, Alemanha Hitleriana, Portugal de Salazar, Espanha de Franco, no Brasil com Vargas, etc. Este modelo se disseminou e sobrevive em muitos paísesnas estruturas autoritárias e ditatoriais de todo o mundo, impondo o sindicato único e obrigatório, colaboração com o Estado, função assistencial e subordinação ao Partido único. Inclusive muitos sinais deste sindicalismo estão presentes no Brasil.

Nenhum comentário: