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terça-feira, 4 de março de 2008

SINDICATOS E COOPERATIVAS DE TRABALHO

SINDICATOS E COOPERATIVAS DE TRABALHO

Robert Owen, considerado um dos “pais” do cooperativismo, promotor da ACI, foi também um dos propulsores das “trade unions”, a matriz histórica do sindicalismo na Inglaterra. A estratégia de Owen e seus seguidores apontava claramente para um sistema econômico alternativo, fundando comunidades de trabalho associado, inclusive nos Estados Unidos. O cooperativismo de certa maneira continuou trilhando este caminho original a partir da Plataforma de Rochdale, chegando hoje a quase um bilhão de cooperados organizados no mundo. O sindicalismo institucionalizou o “sistema de trabalho assalariado” como o mecanismo de organização funcional ao sistema econômico hegemonizado pelo capital. Outros grupos foram somando-se aos anarquistas ou ao movimento da Revolução Russa de 1917. É de Owen também três históricas bandeiras: redução da jornada de trabalho, educação do trabalhador e eliminação do trabalho infantil.

No Brasil o sindicato no último meio século funcionou, com exceções, atrelado ao Estado, com recursos compulsórios vigentes até hoje, e o “novo sindicalismo” da década de 80 nem chegou à “maioridade” entrando em crise devido a violenta reestruturação econômica, social e institucional. Vejamos um panorama das relações institucionais sindicato-cooperativas.

A CGT(Confederação Geral dos Trabalhadores) no inicio de 1990 promoveu debates e seminários sobre cooperativismo, apoiando inclusive um grupo de engenheiros e desenhistas emergidos da extinção da COBRAPI (Cia. de Projetos Industriais) a organizarem uma cooperativa (a COOPERTEC). Provavelmente a primeira Central a incorporar um cooperativista na sua estrutura de direção, no caso o representante da Coopertec no Conselho Fiscal. No final da década de 1990 a CGT estimulou o cooperativismo de trabalho através dos cursos de requalificação profissional financiados pelo FAT.

As outras Central também desenvolvem diversos tipos de relações com o cooperativismo. A CAT-Central Autônoma de Trabalhadores, devido às articulações internacionais como filiada à CLAT/CMT e relações com a COLACOOT-Confederação Latinoamericana de Cooperativas de Trabalhadores, foi das primeira na abordagem do tema, realizando eventos e debates ainda em 1980. A CUT-Central Única de Trabalhadores, através do 4º Congresso dos Metalúrgicos da CUT em agosto de 1998 aprovou uma resolução sobre cooperativas, entre várias decisões, ampliar os programas de intercâmbio e de cooperação já em andamento com as centrais sindicais combativas de outros países (CGIL, CISL, CCOO etc) visando assegurar a apropriação pela CUT da experiência secular que os trabalhadores desses países já acumularam sobre o tema, tanto em seus aspectos técnicos como político e organizativo. E em 2000 constituiu a ADS-Agencia de Desenvolvimento Solidario. A Força Sindical, com o Enilson Simões (Alemão) impulsionou um “Programa de Desenvolvimento do Cooperativismo de Trabalhadores – Prodecoop”, realizando uma Teleconferência via Embratel, promovendo cooperativas em vários Estados. Depois com a constituição da SDS (Social Democracia Sindical) pelo “Alemão” ao sair da Força Sindical passou a promover e filiar cooperativas de trabalho diretamente à nova Central, assumindo posição frontal contra as iniciativas anti-cooperativistas do Ministério Público do Trabalho.
Se para diversas questões os sindicatos assimilam posições de parceiros internacionais,seria conveniente conhecerem as atividades da CECOP (Ver: CICOPA) na Europa, através do denominado Diálogo Social com o movimento sindical representado na CES-Central Européia de Sindicatos. Todos reconhecem que o cooperativismo é um só, com múltiplas expressões, mas sempre fundamentado nos princípios defendidos pela ACI.

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