COOPERATIVISMO: TENDÊNCIAS
A do consumo centra sua estratégia no consumidor e preconiza que o poder deve partir dos consumidores organizados e não dos produtores. Charles Gide(1847-1932) defendia a constituição de uma República Cooperativa através de diversas etapas que levassem à integração de baixo para cima e cujo primeiro passo era organizar as cooperativas de consumo e depois as cooperativas de produção industrial e agrícolas.
O cooperativismo também tem uma tendência política partidária, uma concepção estratégica impulsionada historicamente pelo Partido Operário Belga, que chegou a influenciar significativamente a política de cooperativas de alguns partidos social-democratas e marxistas-leninistas europeus. Defendiam a idéia dos 3 (três)pilares: um elemento pensante (o partido), um elemento atuante (o sindicato) e um elemento econômico em apoio a ambos (a cooperativa).
A tendência religiosa e de assistência, impulsionada a partir da Encíclica “Rerum Novarum”, preconizava a participação dos trabalhadores no controle dos meios de produção para manter suas condições de vida. No ramo protestante emergiu uma corrente de “protestantes sociais” na Inglaterra; desde meados do século passado eles visavam o desaparecimento da concorrência, a transformação da sociedade tendo como instrumento a cooperativa.
A concepção estatista, com certo cunho liberal, dá pouco ênfase ao coletivo, apontando mais ao uso da cooperação para a acumulação individual. Uma tendência desta corrente foi promovida basicamente e com força na década de 1960, na América Latina, através da Aliança para o Progresso. Estimulou a formação de cooperativas de crédito, consumo, habitação (propriedade individualizada) e foi uma base de apoio à expansão da produção e acumulação dos conglomerados econômicos. Sua característica foi a de estímulo à propriedade individual, não gerando o conceito de propriedade social e nem de um setor integrado ou autogestionado do cooperativismo. No Brasil, por sua raiz histórica corporativista, o cooperativismo, com raras exceções, especialmente no sul, tem sido instrumento de políticas públicas estatais. Possuí escassa fundamentação doutrinária e social de movimento cooperativo, enfatiza o individualismo, pendendo para um paternalismo e centralismo estatal. O caso das cooperativas de habitação é paradigmático. Um livro clássico, “Doctrinas Cooperativas”, de Gromoslav Mladenatz, examinando a vasta literatura do século passado e início deste, faz um amplo estudo da história e doutrinas do cooperativismo, elencando 8(oito) eixos propulsores doutrinários:1)Concepção liberal; 2)Influência da pedagogia social; 3) Os socialista e associativistas; 4)Os socialistas modernos (La Salle, Marx e revisionistas); 5)Os Social-cristãos; 6)O solidarismo; 7)O sindicalismo e a cooperação; 8)O socialismo de Guilda (ver também: Doutrina cooperativista)
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